3 Maneiras De Usar Os Stops No Tratamento Autoligado E Acelerar Os Resultados De Seus Pacientes
Aprenda a otimizar os resultados dos tratamentos ortodônticos utilizando 3 formas estratégicas de posicionar os Stops no tratamento autoligado
Você já escutou que saber usar os stops no tratamento autoligado favorece a entrega de resultados mais rápidos para seus pacientes?
Também já questionou como alguns ortodontistas conseguem tratar pacientes com autoligado de maneira rápida enquanto outros não?
Quem dera se as respostas a estas perguntas fossem uma simples e direta afirmação: “faça tal coisa e terá resultados muito mais rápidos!”
Se você imaginou que eu iria dizer que bastava aprender como posicionar os stops e seus problemas acabariam por ai…
Me desculpe, mas não é tão simples assim!
Meu grande objetivo aqui não é iludir ninguém, mas sim passar as orientações mais transparentes possíveis.
E com esta missão em mente, quero te mostrar 3 maneiras que otimizam os resultados nas mecânicas usando os stops no tratamento autoligado.
Mas otimizar não significa resolver TODOS os problemas… Significa que você terá um “turbo” neste tratamento.
Mas nunca se esqueça que o motorista é a peça principal da corrida!
Posto isso, vamos ao que interessa.
O INÍCIO
Os stops, também chamados de wins por algumas “filosofias”, são peças essenciais no arsenal de um profissional que pretende entregar resultados mais rápidos.
O objetivo inicial destas peças eram fazer o fio parar de correr na boca de pacientes que utilizavam aparelhos sem atrito.
Então surgiu este nome, STOP ( do inglês, PARE).
Porém, com a observação e análise atenta de alguns profissionais, logo foram observados efeitos colaterais que estas peças produziam nos tratamentos.
E como toda a ortodontia é recheada de “efeitos colaterais” , nós ortodontistas acabamos aprendendo a tirar o máximo proveito disso.
Um dos efeitos colaterais observados no uso dos stops, foi a expansão das arcadas em pacientes que utilizavam aparelhos autoligados.
Porém, isto foi observado em aparelhos passivos e com os stops posicionados próximos à linha média.
Outro efeito foi movimentação segmentada que alguns blocos sofriam enquanto outros permaneciam quase que ancorados.
Assim começaram a utilizar os stops nas correções de linha média.
E uma outra observação foi quanto ao posicionamento dos stops na parte posterior do arco.
Observou-se, nestes casos, um “efeito ômega” em fios de niti termoativados, além da potencialização da resultante vestibular.
E com estes 3 efeitos colaterais básicos, conseguimos otimizar alguns movimentos das mecânicas.
São praticamente 11 aplicações estratégicas do uso dos stops no tratamento autoligado.
APLICAÇÕES DOS STOPS NO TRATAMENTO AUTOLIGADO
Neste artigo irei apresentar 3 destas 11 aplicações, e são elas:
- Como posicionar os stops para ajudar na expansão dos arcos
- Como otimizar mecânica de Classe II usando stops no tratamento autoligado
- Como otimizar mecânica de Classe III usando stops no tratamento autoligado
COMO POSICIONAR OS STOPS PARA AJUDAR NA EXPANSÃO DOS ARCOS
Para conseguir um efeito de expansão, pode-se utilizar os stops aplicados próximos à linha média da arcada que se quer expandir.
Porém, este efeito não acontecerá simplesmente colocando os stops nesta posição.
A arcada dentária em questão deve apresentar características. E são elas:
- Presença de desalinhamento e desnivelamento.
- Posição adequada dos Primeiros, Segundos e Terceiros Molares.
- Ausência de diastemas.
- Arco metálico mais expandido que a arcada dentária
1. PRESENÇA DE DESALINHAMENTO E DESNIVELAMENTO
Uma arcada alinhada e nivelada, mesmo que estiver atrésica, não será capaz de expandir com um simples posicionamento de stops perto da linha média.
Para ocorrer este efeito é essencial que possua dentes fora do alinhamento e nivelamento do arco metálico (fio de niti termoativado)
São estes dentes mal posicionados que farão a energização do fio niti termoativado, ou seja, farão o fio se deformar.
E como este fio possui uma característica de boa memória, isso estimulará a expansão do arco na busca do formato original deste fio.
E é neste momento que devemos saber onde colocar os stops para que esta expansão ocorra simultaneamente nos lados direito e esquerdo da linha média.
NA ARCADA SUPERIOR
Para a arcada superior, o ideal é colocar sempre dois stops.
Você pode escolher um dente, de preferência incisivo (central ou lateral), mais bem posicionado…
E colocar os dois stops rentes ao bráquete deste incisivo, nas faces mesial e distal do mesmo.
Ao posicionar os stops desta maneira, você trava o movimento deste dente entre os stops.
Isso fará o fio termoativado buscar sua memória de forma, a partir deste ponto travado, o que levará a expansão desta arcada dentária de maneira simétrica dos dois lados deste travamento.
A AJUDA DO DESALINHAMENTO E DESNIVELAMENTO NA EXPANSÃO
Se não houver dentes desnivelados e desalinhados nesta arcada, não haverá estímulo de expansão, pois o fio não ficará deformado e não procurará sua forma original.
Você também pode procurar por um conjunto de dentes bem posicionados. Como dois, três ou quatro incisivos que considerar bem alinhados e nivelados nesta arcada.
Então posicione os dois stops nas faces distais dos dentes da extremidade deste conjunto de dentes.
Os elementos dentais que estiverem entre os stops, tenderão a permanecerem na mesma posição.
Enquanto os outros dentes, que deverão ter características de desalinhados e desnivelados, sofrerão a expansão causada pelo fio.
QUANDO TODOS OS INCISIVOS ESTÃO APINHADOS
Caso tenha todos os incisivos com apinhamentos( presença de giroversões, desalinhamento e desnivelamento ), o procedimento deve ser posicionar os stops afastados dos bráquetes.
Este posicionamento dos stops permitirá movimentos de vestibularização nestes elementos.
Por isso verifique se este efeito é favorável ou não no tratamento em questão.
Se for favorável, apenas posicione os stops afastados das distais dos bráquetes dos incisivos e terá, além da expansão posterior ( se existir dentes desnivelados e desalinhados nessa região), uma vestibularização anterior.
Além da correção deste apinhamento anterior.
Caso esta vestibularização não seja um fator favorável, proceda a mecânica com slices simultaneamente ao posicionamento dos stops.
MARINHEIRO DE PRIMEIRA VIAGEM
É comum observar colegas que estão iniciando nos autoligados, posicionarem os stops nas distais de incisivos palatinizados em Classe II divisão segunda.
Com a esperança de não vestibularizar estes incisivos e sim promover a distalização de toda a arcada a partir dos stops.
Infelizmente isso não acontece. O arco metálico ficará deformado e promoverá uma vestibularização destes incisivos, mesmo num sistema autoligado.
O que pode DIMINUIR este efeito de vestibularização, mas não evita-lo 100%, seria a extração de dois primeiros pré-molares.
Porém, para ter este efeito realmente anulado, existe uma necessidade de equilíbrio antero-posterior da musculatura do paciente.
Este efeito explico com mais detalhes em meu livro digital sobre autoligados.
NA ARCADA INFERIOR
Na arcada inferior, a distância entre os bráquetes é menor que na superior.
E a única diferença no posicionamento dos stops na arcada inferior, é que você pode usar apenas um stop na linha média entre os incisivos.
Todo o resto será igual a arcada superior.
2. POSIÇÃO ADEQUADA DOS PRIMEIROS, SEGUNDOS E TERCEIROS MOLARES
A posição dos dentes molares permanentes irá ditar a capacidade de expandir ou não o arco.
ANÁLISE DO ALINHAMENTO ENTRE PRIMEIRO E SEGUNDO MOLAR
Quando analisar a arcada dentária de seu paciente, avalie como está posicionado o Segundo Molar em relação ao Primeiro Molar…
Se existir um degrau entre estes dentes, provavelmente o segundo molar estará mais vestibularizado que o primeiro molar (em praticamente 98% dos casos).
Isso se explica devido ao fato de que a má oclusão não é construída da noite para o dia.
Ela é construída aos poucos e sempre será multifatorial.
E quando os segundos molares erupcionam, eles estão distantes dos fatores etiológicos que causam a má oclusão.
Este fato permite uma erupção num sítio mais adequado. Em outras palavras, normalmente este dente erupciona na expansão ideal para aquele paciente.
Sendo assim, o tamanho da expansão ideal para aquele paciente, deve ser ditada pela posição dos segundos molares.
E COMO ISSO INFLUENCIA NO USO DE STOPS NO TRATAMENTO AUTOLIGADO?
Primeiro você deve avaliar se realmente existe este degrau entre primeiro e segundo molares.
Quando existir, você poderá usar os stops e esperar uma expansão deste arco.
Porém, pode ser que encontre um lado bom para expansão e outro ruim para expansão
Nestes casos, saiba de antemão que apenas o lado com degrau irá sofrer a expansão potencializada pelos stops no tratamento autoligado.
E O TERCEIRO MOLAR?
A partir de agora, é sensato sempre avaliar mais este detalhe, antes de pedir a exodontia dos terceiros molares.
Pois este dente, assim como o segundo molar, pode ser um auxiliar na expansão da arcada de seu paciente de agora em diante.
E depois que expandiu, se achar conveniente, peça a extração.
No ebook “21 Motivos Porque O Tratamento Com Autoligados Que Está Fazendo Em Seus Pacientes Não Está Funcionando Como Deveria”, dedico um capítulo inteiro a análise do terceiro molar.
3. AUSÊNCIA DE DIASTEMAS
A ausência de diastemas é um terceiro ponto a ser observado quando se quer expansão usando os stops no tratamento autoligado.
Um arco diastemado, perderá força de expansão em troca de fechamento dos diastemas.
Ou seja, arco com diastemas e desalinhado, quando começar o alinhamento, primeiro ocorrerá fechamento dos diastemas, só depois a expansão.
4. ARCO METÁLICO MAIS EXPANDIDO QUE A ARCADA DENTÁRIA
E o último ponto a ser observado para fazer expansão com os stops, é o tamanho do arco metálico.
O arco metálico mais expandido que a arcada dentária do paciente, fará expansão se:
- for usado com stops próximos a linha média
- for usado com aparelhos autoligados passivos ou na fase passiva
- e for de baixo calibre (0,014″ por exemplo)
Agora vamos falar da segunda aplicação dos stops no tratamento autoligado…
COMO OTIMIZAR MECÂNICA DE CLASSE II USANDO STOPS NO TRATAMENTO AUTOLIGADO
Na terapia de Classe II, podemos distalizar a arcada superior, mesializar a arcada inferior ou fazer as duas coisas simultaneamente.
E o uso do stop só irá otimizar esta mecânica, em casos onde você PODE mesializar a arcada inferior.
Em casos onde esta mesialização não é bem vinda, esqueça este artifício!
Então o pré-requisito aqui é:
- USAR APENAS EM CASOS DE CLASSE II ONDE POSSO E DEVO MESIALIZAR A ARCADA INFERIOR
COMO O STOP SERÁ USADO NESTES CASOS?
Aqui você utilizará o stop com o que chamamos de “efeito ômega”.
O efeito ômega é aquele movimento causado pela ativação da alça ômega (Ω) que fazemos nos fios de aço.
Quando se quer protração do arco, basta ativar a alça ômega com um alicate 139.
Mas quando usamos um fio termoativado, não tem como fazer uma alça neste fio, então usamos os stops para causar este efeito.
Para causar este efeito, basta posicionar o stop 1mm invadindo a mesial do tubo do 1˚molar:
Esta manobra proporcionará uma ativação no fio termoativado e causará um movimento de protração da arcada
Este posicionamento de stops deverá ser feita na arcada inferior.
E para potencializar este movimento de protração da arcada inferior e minimizar a distalização dos molares…
Deve-se usar o elástico de Classe II por 24 horas.
E agora, vamos para a terceira aplicação dos stops no tratamento autoligado
COMO OTIMIZAR MECÂNICA DE CLASSE III USANDO STOPS NO TRATAMENTO AUTOLIGADO
Exatamente o oposto da Classe II, na terapia de Classe III devemos protruir a arcada superior e retruir a inferior.
Antes de usar o “efeito ômega” sempre devemos avaliar os limites cefalométricos, dos dentes da maxila, para realizar esta mecânica.
Não é o propósito deste artigo falar sobre estes limites, mas se quiser se aprofundar em todos estes detalhes, recomendo a leitura do Ebook sobre autoligados que escrevi.
Após analisar o quanto de protração pode fazer na arcada superior, está na hora de realizar a mecânica.
E para isso, deve-se usar um fio termoativado de força leve (0,014″ de preferência) e construir o “efeito ômega”.
Da mesma forma que foi feito na explicação para o uso dos stops no tratamento autoligado para Classe II, você deve ficar presente para uma situação:
O fio usado é de calibre redondo, isso significa que você terá zero de controle de torque destes dentes.
Então use este artifício com muita atenção!
Espere efeitos de vestibularização. Por isso, mais uma vez, a análise cefalométrica é importante em todos os casos.
Use elásticos de Classe III para potencializar a protração da maxila ao mesmo tempo que reduz o efeito indesejado de distalizar os molares superiores.
CONCLUSÃO
O uso dos stops no tratamento autoligado é um artifício que pode potencializar seus resultados.
Porém, ficar atento aos efeitos colaterais e usar contra-momentos é importante como em qualquer mecânica ortodôntica.
Experimente usar esta ferramenta em seus casos com autoligado e verá a diferença que fará na implementação da velocidade.
Se quiser ir um passo além, recomendo que assista a transmissão online onde ensino mais detalhes sobre tratamentos autoligados.
A transmissão desta aula online é gratuita e você só precisa escolher o horário que ficar melhor para você.
Inscreva-se agora na aula online:
“DOMINE TOTALMENTE A TÉCNICA AUTOLIGÁVEL EM APENAS 3 SEMANAS, TRIPLIQUE SEU FATURAMENTO DO CONSULTÓRIO TRABALHANDO METADE DO TEMPO E GANHE O RESPEITO IMEDIATO DE SEUS PACIENTES E COLEGAS DENTISTAS”
Inscreva-se agora clicando no botão verde abaixo, escolha o melhor horário e bom aprendizado!