Lição #2 de 5

A Pergunta Que Pode Mudar A  Forma De Você Olhar Para Seus Tratamentos


LIÇÃO #1 de 5


LIÇÃO #3 de 5


LIÇÃO #4 de 5

De: Beto Mendes


Frutal: Minas Gerais



"O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar com mais inteligência." Henri Ford


Tenho uma profunda consciência de quão complexa e detalhista é a profissão ortodontia.


Sei, talvez assim como você, que são precisos anos e anos de estudo e muita experiência para começar a acertar mais que errar na condução dos tratamentos de nossos pacientes.


Não preciso convencer você de que isso é uma verdade. Mas o que estou prestes a compartilhar hoje aqui nesta lição, talvez precise sim de uma explicação lógica para que acredite em mim.


E quero começar essa lição colocando sua memória para funcionar.


Responda sinceramente: O que você acha mais importante fazer primeiro, o Diagnóstico ou o Planejamento?


Se você for igual a 99,99% dos colegas que já conversei a respeito disso, provavelmente vai dizer que primeiro deve fazer o diagnóstico, certo?


Afinal, como vou criar um planejamento para uma má oclusão que nem sei qual é ainda?


Primeiro identifico o problema ( diagnóstico ) e depois decido qual o caminho  que irei tomar para resolver este problema ( planejamento ).


Tudo bem, esse é um ponto de vista super válido, mas lembre-se, é apenas um ponto de vista.


Assim como gosto de respeitar os variados pontos de vista diferentes dos meus, também adoro ficar pensando se não existiria uma outra forma de realizar o que sempre faço.


E olha, o que descobri nesses 44 anos de vida que tenho, é que sempre existe não uma outra forma, mas no mínimo duas outras formas de sempre se fazer a mesma coisa.


O que realmente importa aqui é: será que se fizer de outro jeito, terei resultados melhores ou piores que os que tenho feito da forma que me ensinaram?


E foi com esse pensamento, que é recorrente em mim, que comecei a pensar se não haveria outra forma de conduzir os tratamentos ortodônticos de meus pacientes.


Quando me interessei por uma pós graduação em coach, consultoria e liderança, em 2012, aprendi que a criatividade nada mais é que a junção de conhecimentos bem diferentes, que quando colocados num mesmo "caldeirão", acabam se transformando em algo "novo", uma nova "receita" aparece e isso chama-se criatividade.


Ou seja, quer ser criativo em uma determinada área? Então comece a buscar informações e modos de realizar coisas de áreas TOTALMENTE DIFERENTES e tente levar esse novo conhecimento de "como fazer" para a área antiga que já dominava.


E foi pensando nisso que comecei a observar sobre TUDO que aprendia de novo, que era diferente da ortodontia. 


E me perguntava se não podia fazer "algo parecido" na ortodontia.


Então, cheguei no modelo de PLANEJAMENTO FINANCEIRO, que nada mais é que uma forma de planejar suas finanças, de forma organizada, para se chegar em determinados objetivos.


Até aqui, muito parecido com o PLANEJAMENTO ORTODÔNTICO que tanto conhecemos.


Mas daí, apareceu o PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, que é uma área do PLANEJAMENTO EMPRESARIAL, onde devemos planejar de forma a realizar ESTRATÉGIAS para alcançar os objetivos.


Em outras palavras, devemos pensar estrategicamente.


E com isso martelando em minha cabeça, comecei a olhar para ortodontia como nunca tinha olhado antes.


E sempre que lançar uma pergunta para o seu cérebro, pode esperar que a resposta virá!


Então identifiquei que na ortodontia, para fazermos um planejamento, pelo fato de existirem milhares, talvez milhões de combinações de maloclusão, primeiro realizamos um diagnóstico para "tentar" identificar os problemas que o paciente tem, e depois que os identificamos, procuramos uma forma organizada de conduzir o tratamento para corrigir aquela maloclusão.


Gostaria que se atentasse para a palavra "tentar" que descrevi aqui, pois muitas vezes é isso que se consegue fazer.


Principalmente se o colega não for experiente o bastante e/ou estudioso o suficiente para identificar "TODOS" os problemas que o paciente possui.


E é assim que se aprende ortodontia pelos 4 cantos do mundo.


O que proponho, é a realização de uma forma um pouco mais estratégica na condução desse processo.


Afinal, uma das grandes dores dos colegas e alunos que tenho convivido durante estes mais de 18 anos de ortodontia, é que uma grande parte dos profissionais, SENTEM, genuinamente, uma grande dificuldade em realizar planejamentos que resultem em tratamentos eficientes para seus pacientes.


E para te apresentar essa estratégia diferente, sugiro que você comece com o PLANEJAMENTO primeiro, e depois vá para o DIAGNÓSTICO.


Calma, continue lendo que vou explicar a idéia aqui.


Como disse anteriormente, existem milhões de maloclusões, mas para a área  da medicina realizar tratamentos precisos, precisamos criar protocolos de tratamentos baseados em uma investigação que realmente identifique estes problemas.


E como isso é possível? Se existem milhões de combinações de problemas, como poderíamos conhecer todas essas possíveis combinações, para realizarmos o diagnóstico certo e escolhermos o caminho terapêutico ideal?


E a resposta é muito mais simples que se imagina.


Apesar de existirem milhares, quiça milhões de combinações do que vou chamar de "MICRO PROBLEMAS", existe um número muito, mas muito menor daquilo que vou chamar de "MACRO PROBLEMAS".


E esses "MACRO PROBLEMAS" são apenas 3:




  1. Os Problemas Transversais;




  2. Os Problemas Verticais;




  3. E os Problemas Antero-Posteriores ou Problemas Sagitais.




E a estratégia que sugiro será olhar SEMPRE para estes MACRO PROBLEMAS primeiro, desenhar o planejamento do "O QUE" deverá realizar em primeiro lugar, em segundo lugar e em terceiro lugar, nos MACRO PROBLEMAS.


Só depois de PLANEJAR essa sequência, que parto para o DIAGNÓSTICO específico do paciente. 


E isso ficou muito claro que daria certo, depois que relacionei essa forma estratégica de fazer ortodontia, com uma história sobre resolver os GRANDES PROBLEMAS DA VIDA PRIMEIRO.


Numa aula de Coach que tive em minha pós, um grande Mentor e Coach que admiro muito, mostrou essa seguinte história:


"... Certa vez um professor de ciências levou para sala de aula um vaso grande, um balde com areia, um balde com pedregulhos e um balde com pedras grandes.


Num primeiro momento ele virou o balde com a areia dentro do vaso e a areia ocupou 2/5 do vaso.


Depois virou o balde com pedregulhos por cima da areia e esses pedregulhos quase chegaram na boca do vaso.


Desta forma, sobrou um pequeno espaço para colocar as pedras grandes, umas 3 ou 4 pedras foram colocadas no vaso e ainda sobraram muitas pedras grandes fora do vaso.


Então, num segundo momento, ele voltou todas as pedras grandes para o seu balde original, todos os pedregulhos para seu balde original e toda a areia também para a seu recipiente de origem.


Foi aí que, "magicamente", ele colocou TODAS as pedras grandes dentro do mesmo vaso, depois virou TODOS os pedregulhos sobre as pedras grandes e estes encontraram um caminho nos vãos das pedras grandes e se acomodaram dentro do vaso.


E por fim, virou TODA a areia dentro do vaso que já estava com as pedras grandes e os pedregulhos alojados e... todos os 3 elementos: Pedras Grandes, Pedregulhos e Areia, couberam dentro do vaso. 


Simplesmente achando um lugar primeiro para as pedras grandes, depois ele conseguiu, com muita facilidade, achar um lugar para os pedregulhos de tamanho intermediário e por fim, um lugar para os pequenos grãos de areia.


Na vida real, ache primeiro uma solução para os GRANDES PROBLEMAS, depois, de forma muito mais fácil, surgirá um espaço para resolver os PROBLEMAS MÉDIOS e no final, os PEQUENOS PROBLEMAS SERÃO RESOLVIDOS quase que por mágica, muito naturalmente."


Com essa analogia, quero justificar o porquê faço primeiro o PLANEJAMENTO dos "MACRO PROBLEMAS", e só depois de desenhar como vou resolver isso, que começo a investigar, a individualidade da maloclusão do meu paciente.


E a grande surpresa que tenho para você que está acompanhando essa série de lições, é que vou te ensinar como que eu faço os meus PLANEJAMENTOS em menos de 1 minutinho. 


Mas esse texto já ficou grande demais e isso será assunto para eu detalhar na próxima lição. 


Resumindo o que te falei aqui:


#01 - Primeiro foque o seu raciocínio de tratamento nos MACRO PROBLEMAS, que só têm 3 PLANOS para planejar, SEMPRE!


#02 - Depois olhe, detalhadamente para o seu paciente e busque no DIAGNÓSTICO achar os MICRO PROBLEMAS, pois será isso que facilitará muito o desenho do caminho que você deverá percorrer com o seu paciente.


Quando você agir dessa forma, os "pedregulhos" irão se encaixar nos espaços que as "pedras grandes" deixaram para eles, NATURALMENTE. Você vai ver como isso facilitará a condução de seus tratamentos.


Se você estiver gostando, quero que saiba que o melhor ainda está por vir. 


Conte suas dificuldades ou sacadas que tem nos comentários aqui abaixo. Participe! Sem você essa série fica sem sentido.


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Nos vemos na próxima lição

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